Costa
Filho substitui no comando da secretaria o ex-presidente da Juventude do PMDB
Bruno Júlio, que pediu demissão após dar declarações polêmicas sobre os
massacres em complexos penitenciários no Amazonas e em Roraima, nos quais cerca
de 100 presos foram mortos (entenda a crise mais abaixo).
A
Secretaria da Juventude é vinculada à Secretaria de Governo, e o salário é de
R$ 13.974,20 por mês. O órgão é responsável por fazer a interlocução entre o
governo federal e os movimentos que discutem políticas públicas voltadas para
os jovens. A secretaria também gerencia alguns programas.
O novo
secretário de Juventude é filiado ao PMDB do Maranhão e havia sido nomeado, em
maio do ano passado, superintendente regional do Nordeste da Empresa Brasil de
Comunicação (EBC), subordinada à Secretaria de Comunicação Social.
Desde
julho de 2016, Assis Filho comandava a presidência nacional da Juventude do
PMDB.
A crise na Secretaria de Juventude
Assis
Filho assume o comando da Secretaria de Juventude duas semanas após o então
secretário, Bruno Júlio, pedir demissão.
No último
dia 6, Bruno Júlio afirmou à coluna do jornalista Ilimar Franco, de "O
Globo", que "tinha era que matar mais" e "tinha que fazer uma chacina por semana" ao
comentar a crise penitenciária.
A declaração
foi dada em meio a massacres em presídios do Amazonas e de Roraima, que
resultaram na morte de quase 100 pessoas. No mesmo dia que Bruno Júlio fez a
afirmação, o governo havia anunciado o Plano Nacional de Segurança, com o
objetivo de combater o crime nos presídios.
Para o
novo secretário, porém, as afirmações de Bruno Júlio foram feitas em
"caráter pessoal". "Eu acredito que a violência não é combatida
com violência e nós precisamos enxergar os seres humanos a partir do princípio
da igualdade. [...] Vamos enfrentar a violência com políticas públicas",
disse.
Improbidade
O novo
secretário nacional de Juventude é suspeito de improbidade administrativa. Ele também é
suspeito de ter sido funcionário fantasma da prefeitura de Pio XII, no interior
do estado.
Segundo o
Ministério Público, Assis Filho exerceu três funções na Prefeitura da cidade,
que fica a 270 km de São Luís. As nomeações foram entre 2014 e 2016.
De acordo
com a denúncia, em maio de 2016, Assis Filho aparecia na folha de pagamento de
Pio XII nos cargos de secretário de Cultura, professor e procurador-geral do
município.
O que diz o secretário
Em nota,
o novo secretário nacional de Juventude disse que exerceu os cargos "em
momentos distintos e não cumulativamente".
Em
entrevista a jornalistas, após tomar posse, Assis Filho afirmou que as
acusações "não causam constrangimento". Segundo ele, o presidente
Michel Temer o enviou uma mensagem na qual disse, segundo ele, estar
"tranquilo" sobre o assunto.
"Eu
acho que foi precipitado o MP me arrolar como representado na ação de
improbidade. Eu estava na condição de procurador do município quando o MP cumpriu
um mandado de busca e apreensão na prefeitura e eu tinha dado declarações à
imprensa de que discordava do MP naquele momento", disse Assis Filho.
"Talvez
minhas declarações tenham incomodado o promotor de Justiça [...] Acredito que a
Justiça deve arquivar o processo, que isso não deve andar até porque as
acusações do MP são infundadas, não representam a realidade dos fatos",
acrescentou.
Com Informações
do g1.globo.com
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