O cantor e compositor cearense Belchior, de 70
anos, morreu, na noite de ontem (29), em Santa Cruz do Sul (RS). A família não
divulgou a causa da morte. O corpo deve ser trazido para o Ceará, onde ocorrerá
o sepultamento na cidade de Sobral, onde o artista nasceu, segundo a Secretaria
de Cultura do Estado.
O Governo do Estado do Ceará confirmou a morte e
decretou luto oficial de três dias. “Recebi com profundo pesar a notícia da
morte do cantor e compositor cearense Belchior” disse em nota o governador
Camilo Santana. “O povo cearense enaltece sua história, agradece imensamente
por tudo que fez e pelo legado que deixa para a arte do nosso Ceará e do
Brasil”
O traslado do corpo será feito pelo Governo do
Ceará, que aguarda liberação das autoridades gaúchas. O horário ainda não foi
confirmado, mas a expectativa é que o corpo seja levado ainda neste domingo
(30).
A assessoria do governo disse também que o chefe da
Casa Militar do Ceará, coronel da Polícia Militar Túlio Studart, entrou em
contato com o chefe da Casa Militar do RS, e que eles aguardam o resultado do
laudo oficial.
Nascido em 26 de outubro de 1946, Antônio Carlos
Gomes Belchior Fontenelle Fernandes foi um dos ícones mais enigmáticos da
música popular no Brasil, com mais de 40 anos de carreira.
Teve o primeiro sucesso nos anos 70 ao lado do também cearense Fagner, com a faixa “Mucuripe”. Com o disco “Alucinação” (1976), lançou clássicos como as faixas “Apenas um rapaz latino-americano”, “Velha roupa colorida” e “Como nossos pais”, essa última que se tornou conhecida na voz da cantora Elis Regina.
Teve o primeiro sucesso nos anos 70 ao lado do também cearense Fagner, com a faixa “Mucuripe”. Com o disco “Alucinação” (1976), lançou clássicos como as faixas “Apenas um rapaz latino-americano”, “Velha roupa colorida” e “Como nossos pais”, essa última que se tornou conhecida na voz da cantora Elis Regina.
Paradeiro
O cantor não tinha paradeiro certo desde 2008. Em
2007, a família reclamou do sumiço do artista, que abandonou a carreira; e nem
mesmo seu produtor musical conseguia contato. A partir daí, foram surgindo
boatos a respeito do paradeiro do cantor.
Segundo reportagem do Fantástico, Belchior
abandonou ao menos dois carros, sem explicação. Um deles, deixado no Aeroporto
de Congonhas, em São Paulo, acumulando milhares de reais em dívidas de
estacionamento. Outro veículo, uma Mercedes Benz do cantor, foi largado em um
estacionamento também em São Paulo, onde ele morava antes de ir para o Uruguai.
Belchior chegou a ser procurado pela polícia em
2012 devido a uma dívida, à época, de US$ 15 mil em um hotel na cidade de
Artigas, no Uruguai, por seis meses de diárias. No fim daquele ano, em meio à
polêmica, foi visto em Porto Alegre, mas não quis gravar entrevista.
Trajetória
Na infância no Ceará, Belchior estudou piano e
música coral e trabalhou no rádio em sua cidade natal. Seu pai tocava flauta e
saxofone e sua mãe cantava em coro de igreja. Mudou-se em 1962 para Fortaleza,
onde estudou Filosofia e Humanidades. Também chegou a estudar medicina, mas
abandonou o curso em 1971 para se dedicar à música.
Começou apresentando-se em festivais pelo Nordeste.
Depois do sucesso de “Mucuripe”, mudou-se para São Paulo, onde compôs trilhas
sonoras para filmes e passou a fazer shows maiores e aparições em programas de
televisão. Em 1974, lançou seu primeiro disco, “A palo seco”, cuja música
título se tornou sucesso nacional e ganhou versões ao longo da história, como a
de Oswaldo Montenegro e da banda Los Hermanos.
Outros artistas também regravaram sucessos de Belchior, entre eles Roberto Carlos (“Mucuripe”) e Erasmo Carlos (“Paralelas”), Engenheiros do Hawaii (“Alucinação”), Wanderléa (“Paralelas”) e Jair Rodrigues (“Galos, noites e quintais”). Elis Regina foi uma de suas maiores intérpretes: além de “Como nossos pais”, gravou “Mucuripe”, “Apenas um rapaz latino-americano” e “Velha roupa colorida”.
Outros artistas também regravaram sucessos de Belchior, entre eles Roberto Carlos (“Mucuripe”) e Erasmo Carlos (“Paralelas”), Engenheiros do Hawaii (“Alucinação”), Wanderléa (“Paralelas”) e Jair Rodrigues (“Galos, noites e quintais”). Elis Regina foi uma de suas maiores intérpretes: além de “Como nossos pais”, gravou “Mucuripe”, “Apenas um rapaz latino-americano” e “Velha roupa colorida”.
Em 1982, o cantor lançou “Paraíso”, que tem
participações dos àquela época ainda jovens artistas Guilherme Arantes, Ednardo
Nunes, Jorge Mautner e Arnaldo Antunes. Fundou sua própria gravadora e
produtora, a Paraíso Discos, em 1983. Ao longo da carreira, Belchior teve mais
de 20 discos lançados.
Via jornal pequeno (Com portal G1)